Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
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• 02/05/2024 - quinta-feira


Esse Chico Vela não é fraco, não!

O meio metalúrgico é repleto de personagens interessantes, com histórico profissional vitorioso e vidas exemplares. Esses companheiros e companheiras precisam ser mais conhecidos, pois eles formam a essência da nossa categoria.

É o caso típico de Chico Vela, o sócio ativo mais antigo do nosso Sindicato, que veio ao mundo há 73 anos. Nasceu Francisco Bernardino da Silva, em Lajedos, interior de Pernambuco. Seus pais sempre deram duro na roça pra criar os filhos - além dele, mais quatro irmãos.

Quando menino, ele andou muito doente. Lá no sertão se colocava uma vela nas mãos do moribundo e rezava, buscando a cura. Na época, para aquelas bandas, médico era coisa de luxo. Durante cinco anos, o garoto ficou entre a vida e a morte. E haja vela queimando nas mãos do menino!

Por conta desse fato, Francisco Bernardino ficou conhecido na pequena cidade como Chico Vela. Sorrindo, ele diz: “Foram cinco anos de muita vela colocada na minha mão. Minha mãe perdeu até as contas. Quando apareceu um médico na cidade, ele descobriu que eu tinha febre amarela. Comecei a andar somente aos cinco anos de vida. Mas, graças a Deus, sobrevivi e estou aqui pra contar a história”.


Trabalho - Depois de suar na roça, já moço, ele resolveu deixar Lajedos com destino a Recife, Capital pernambucana. Foi trabalhar em um matadouro, mas essa função não durou muito: “Tinha pena de matar os bichinhos. Vi que o ofício no matadouro não era pra mim”.

Decidiu deixar Pernambuco rumo ao Sudeste do País. Pegou o ônibus da antiga Viação João Teotônio (também se escreve João Teotôneo) e desembarcou em Guarulhos no dia 8 de dezembro de 1971. Tão logo por aqui chegou, nem respirou direito e já saiu à procura de emprego.

TIB - O moço Francisco bateu à porta da metalúrgica Norton. Não deu certo. A caminho de casa (ele morava na rua Alegre, número 10, Vila Tijuco), passou em frente à TIB (Técnico Industrial do Brasil). Resolveu parar. Estava acompanhado do amigo Arlindo Aleixo. Chico Vela teve o seguinte diálogo com o guarda Abel: 
- Vocês tão pegando gente pra trabalhar?, perguntou.
- De onde vocês são?
- Pernambuco. 
- Pode entrar. Abel completou: A Carteira de vocês tá fichada (assinada)?
- Não, tá branca (sem assinatura).

Empregado - Oito dias depois, portanto, em 16 de dezembro de 1971, já era funcionário da TIB. Recebeu um capacete branco e foi trabalhar na linha de produção, na fabricação de balanças industriais e estruturas metálicas.

Cinquenta e três anos depois, Chico Vela continua na ativa, com o mesmo capacete (hoje desbotado com o tempo). Seu ofício é o de caldeireiro. Ele diz: “Hoje quero fazer melhor do que eu fiz ontem. Trabalho todos os dias com a garra de um jovem”.


Sindicato - Chico assinou sua ficha de sócio em nosso Sindicato no início de 1972, portanto, há 52 anos. Sobre a entidade, ele faz questão de dizer: “Sempre senti muito orgulho do Sindicato, de pagar minha mensalidade, de contribuir com a luta do trabalhador. E, quando eu precisei, o Sindicato me ajudou e fez todo o processo de minha aposentadoria em 1995”.

Conselho - Para os jovens metalúrgicos, ele aconselha: “A honestidade é tudo. Precisamos fazer jus ao salário que a gente recebe”.

Cabeça - Nosso presidente Josinaldo José de Barros (Cabeça) afirma: “Chico Vela representa a resistência do nosso Sindicato. Ele é exemplo de companheirismo e luta de nossa categoria”.

Família - Chico Vela tem três filhas e quatro netos. Está no quarto casamento. Gosta de um churrasquinho com a família nos finais de semana.  É evangélico. Curte futebol. É apaixonado pelo Santos. Mas disse não ter lamentado a queda da equipe da Vila Belmiro pra 2ª divisão do Campeonato Brasileiro. Afirma: “Mereceu”.


Repercussão - A visita do presidente Cabeça à TIB, dia 18 de abril e seu reencontro com Chico Vela, teve ampla repercussão nas redes sociais e em jornais guarulhenses, que destacaram a trajetória do companheiro e a postura da empresa de não descartar empregados mais antigos.

SUGESTÃO - Você conhece alguém da categoria que se destaca pela vida profissional, por algum dote artístico ou pelo trabalho social? Então,  ligue no Sindicato (2463.5300) e fale com um dos nossos diretores ou no Departamento de imprensa. Ou envie mensagem pro WhatsApp (11) 4965.9304.


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