| Por que vamos parar | José Pereira dos Santos
Não é fácil fazer greve geral num país de dimensões continentais, como o Brasil. Por isso, nossas greves têm características diferentes do que se vê em pequenos países da Europa, por exemplo. Este ano, nossa primeira grande greve completa um século. Aconteceu em 1917, durou vários dias, parou São Paulo, foi duramente reprimida pela Polícia, mas se saiu vitoriosa. São Paulo era, então, o nascente e pujante centro fabril do País. Nas décadas seguintes, sempre ocorreram greves e protestos. Em 1962, por exemplo, houve uma grande paralisação pela efetivação do 13º salário. No ano seguinte, 78 Sindicatos puxaram um movimento nacional, por aumento e unificação das datas-bases. Aí, veio o golpe de 1964, que atacou as entidades de classe e fez a luta sindical recuar. Só em julho de 1983 o País veio a vivenciar uma nova e forte greve geral. Mas não foi nacional. O movimento mais forte ocorreu nos grandes centros. São Paulo parou, fazendo a quinta-feira parecer um feriado, segundo o líder metalúrgico Joaquim dos Santos Andrade, o Joaquinzão. Cada greve geral tem suas razões. A de 1983, por exemplo, combatia os chamados decretos de arrocho salarial – 2.045 e 2.064 – e também reivindicava a volta das liberdades democráticas, sufocadas pelo regime. Seu êxito desgastou ainda mais a ditadura, especialmente junto aos trabalhadores. A paralisação nacional marcada para esta sexta, dia 28, também tem suas razões. Basicamente, são três: contra a reforma da Previdência, contra o desmanche trabalhista e contra a terceirização irrestrita. Essas três questões unificam as Centrais Sindicais, porque os danos para os trabalhadores e a população serão dramáticos. Guarulhos - O sindicalismo da nossa cidade está unido e mobilizado. Segunda-feira (24), houve reunião ampla na Força Sindical Regional, com grande número de sindicalistas e demonstração de forte disposição de parar na sexta. Podemos ter um movimento ainda mais forte do que o realizado em 15 de março. Nenhum país vai bem com desemprego em massa, arrocho salarial, corte de direitos de trabalhadores e arrocho nos aposentados e redução nos investimentos sociais por parte do Estado. Não tem jeito de um país ir bem se sua classe trabalhadora estiver indo mal. Por isso, a greve do dia 28 não é um movimento apenas dos trabalhadores. Na verdade, nossa paralisação é um grito da população e dos desempregados alertando o governo de que, a continuar desse jeito, o Brasil cai e não se levanta mais. O País precisa superar a crise. Mas as reformas neoliberais só ajudarão a complicar a situação, agravar a recessão e produzir mais exclusão social. Nossa causa é justa. A greve geral é necessária, do jeito que puder ser feita, onde puder ser feita, com a participação dos trabalhadores, dos movimentos sociais e das entidades progressistas de nosso País. José Pereira dos Santos Presidente do Sindicato facebook.com/PereiraMetalurgico pereira@metalurgico.org.br Artigo publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 26 de abril |
| Sindicalismo une forças e paralisação será geral em Guarulhos nesta sexta |
Diretores Cabeça e Barros coordenam reunião intersindical |
Sindicatos de várias categorias se reuniram segunda (24), na Força Sindical/Regional Guarulhos, numa das maiores reuniões sindicais da história da cidade. Dirigentes ligados a cinco Centrais uniram forças para a greve geral dia 28, contra retrocessos sociais e trabalhistas. Participaram Metalúrgicos, Gráficos, Servidores, Químicos, Professores (Apeoesp), Frentistas, Condutores, Têxteis, Aeroportuários, Bancários, Papel e Papelão, SindFícios, SindBeneficientes, Vestuário, Asseio, Alimentação, Comerciários, Aeroviários, Vigilantes, Costureiras, Rodoviários, Sinpro e SindSaúde. Boletim Unitário. Leia
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União - Nosso diretor José Barros da Silva Neto, que coordena a Força Regional, afirma: “O sindicalismo está unido, aqui e em todo o Brasil, contra as reformas que cortam direitos. A greve geral será nossa resposta às agressões de um governo ilegítimo e antinacional”. Madrugada - A paralisação dia 28, sexta, começará de madrugada em garagens de ônibus e em outros locais de trabalho.
Metalúrgicos - Linha de frente contra as reformas neoliberais do governo Temer, nosso Sindicato promove concentrações no Itapegica (em frente ao Shopping Internacional) e Jardim Cumbica (na empresa Karina). Haverá também manifestações em outros pontos da cidade. Ato - Às 11 horas, ato unificado na Praça Getúlio Vargas, Centro, contra as reformas da Previdência, a trabalhista e a terceirização de tudo. A manifestação terá a presença de todos os Sindicatos e Centrais que organizaram a greve.
Vereadores apoiam- Nesta terça, sindicalistas e ativistas foram à Câmara Municipal buscar apoio à greve geral dia 28 e à nossa luta em defesa dos direitos. Nosso vice-presidente Josinaldo José de Barros (Cabeça) falou pela Força Sindical. Conseguimos apoio de 25 vereadores. Dos presentes, só dois ficaram contra nosso pedido.
| Sindicato completa 54 anos e homenageia sócios sábado |
Sábado, dia 29, nosso Sindicato vai celebrar seus 54 anos de fundação com uma série de homenagens aos sócios mais antigos. Criado em 30 de abril de 1963, é hoje uma das principais entidades metalúrgicas do País. A comemoração ocorre a partir das 16 horas, na sede (rua Harry Simonsen, 202, Centro). Haverá entrega de medalhas de honra ao mérito aos associados, que poderão participar com os familiares. O presidente José Pereira dos Santos diz: “São 54 anos de luta e dedicação à categoria, com importantes conquistas e preservação de direitos”. Ele ressalta o esforço idealista que construiu um Sindicato forte, com ampla rede de benefícios e apoio à categoria.. O evento sábado será encerrado com um coquetel. Categoria comemora os 53 anos do Sindicato, em 2016 |
| PERSONAGEM DO MÊS Jango, o presidente dos trabalhadores |
Neste mês em que nosso Sindicato faz 54 anos, homenageamos o presidente João Goulart, que nos concedeu Carta Sindical em 1964. Trabalhista, nacionalista e amigo dos trabalhadores, Jango merece todas as homenagens. Mesmo de família rica, o gaúcho Jango sempre teve um olhar voltado para os mais humildes, especialmente os trabalhadores. Quando ministro do Trabalho, ele dobrou o valor do salário mínimo e, na presidência da República, criou a lei do 13º salário. Jango também tentou implantar as reformas de base, mas isso gerou forte reação da direita, especialmente dos grandes fazendeiros. Nosso presidente José Pereira dos Santos comenta: “As reformas de base teriam feito o Brasil dar um salto, saindo do subdesenvolvimento para um estágio muito superior. Infelizmente, a elite golpista não permitiu”. Clique aqui e leia mais.
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