Vamos ao voto!
Este artigo foi publicado no jornal Guarulhos Hoje, dia 28 de setembro de 2016.
Josinaldo José de Barros (Cabeça) |
Democracia é um regime que se aperfeiçoa com o passar dos tempos. Mas esse avanço não ocorre só em linha reta. Às vezes, o regime sofre retrocessos – como acaba de acontecer no Brasil. Porém, nosso empenho deve ser, sempre, vencer a intolerância e buscar fortalecer o Estado de Direito.
Digo isso porque, neste domingo, dia 2, teremos oportunidade de reafirmar nosso compromisso com a democracia, a legalidade e a justiça social. E podemos fazer isso com o nosso voto, ao escolher projetos comprometidos com os avanços e candidatos que coloquem o mandato a serviço do povo.
O voto não é tudo. Mas é o momento máximo do processo democrático. Se a democracia muda com o tempo, o voto também se transforma. Na Grécia antiga, só proprietários votavam – escravos não tinham esse direito. Durante séculos, a mulher não teve direito de votar. No Brasil, graças a Getúlio Vargas, a mulher conquistou, em 1932 – antes mesmo da eleitora de vários países mais ricos e desenvolvidos.
A ditadura imposta em 1964 também alterou o direito ao voto. Durante vários anos, não se podia escolher prefeitos de estâncias hidrominerais, das Capitais e governadores de Estado. E o presidente da República era referendado pelo Congresso Nacional, que, na prática, acatava as ordens do comando militar do governo.
Para que a democracia avance, precisamos também de leis mais justas. A chamada Lei da Ficha Limpa (por iniciativa popular, prevista na Constituição) é uma conquista cidadã. Outra lei importante – aprovada no governo Dilma – é a que pune corrupto e corruptor. Antes, o corruptor acabava sempre achando um jeito de escapar. O fim do financiamento das campanhas por empresas também é um avanço. Talvez precisássemos ter criado uma regra de transição. Mas o fato é que a ingerência espúria do dinheiro sobre o voto está perdendo poder.
O voto é sagrado, mas não é tudo. Na democracia, o mais importante é a participação, antes, durante e depois do processo eleitoral. Essa participação pode se dar por meio da atuação em um partido, em um Sindicato, numa entidade de bairros, enfim, em qualquer instância democrática e legítima. Essa atuação fortalece a consciência cívica e, por extensão, beneficia o regime democrático.
Metalúrgicos - Nesta quinta (29), quase às vésperas das eleições, os metalúrgicos vão cruzar os braços Brasil a fora em protesto contra corte em direitos trabalhistas e previdenciários.
Será um ato classista, mas desvinculado do calendário eleitoral. Vamos participar e protestar. Aí, no domingo, dia 2, vamos votar. E cada cidadão votará conforme sua consciência e seus compromissos de classe.
Que façamos um protesto vigoroso nesta quinta. E que nosso voto, domingo, ajude a fortalecer a democracia brasileira.